domingo, 26 de abril de 2009

Seguir Ashton Kutcher?

Depois do café da manhã fui às notícias impressas. Estrela do noticiário de hoje: o Twitter, uma rede social e servidor para microblogging, que permite que os usuários enviem atualizações pessoais contendo apenas texto em menos de 140 caracteres via mensagem por celular, email, site oficial ou algum programa especializado. Barak Obama, Oprah Winfrey, Ashton Kutcher e Demi Moore - só para citar alguns - já são assinantes.
Por que o sucesso? O Twitter permite a comunicação curta e veloz, praticamente instantânea. As atualizações são exibidas no perfil do usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários que tenham assinado para recebê-las. Usuários podem receber atualizações de um perfil através do site oficial ou por SMS ou programa especializado.
A imprensa diz que essa ferramenta está mudando a forma de interagir e até de fazer política. Interessante, não? O bonitinho Ashton Kutcher bateu o recorde ao tornar-se o primeiro a ter 1 milhão de amigos no Twitter. Aproveitou e pediu doações para campanha contra a malária. A atriz Lindsey Lohan recebeu um fora da namorada via Twitter. O prefeito de São Francisco anunciou sua candidatura ao governo da Califórnia pelo Twitter. Tem vantagem em relação à sua rival Meg Whitman: ele tem 290 mil amigos na rede, enquanto ela tem apenas 940...Puxa vida.
É inegável que o Twitter é uma ferramenta eficiente para a comunicação rápida. Mas confesso que não entendo muito essa necessidade de manter-se conectado a tudo e a todos, a toda hora. Estar só não é bom? Pois eu digo: é muito bom, também. Não sei bem, não quero parecer implicante com novas tecnologias, mas essa nova geração parece que sofre de ansiedade! Se você não estiver em dia com o Orkut, com o Facebook, com o MySpace e outras redes sociais na internet, você é um caso perdido. Uma aberração. Ok, a comunicação online é positiva, mas acho que deve ter seus limites. Observo as pessoas na rua, em shows ou acontecimentos sociais e hoje o que mais se faz é fotografar e postar as fotos nessas redes. Vi isso no show da Madonna: as pessoas assistiam ao show através das câmeras de seus celulares! Disseram que eu "marquei bobeira", porque não levei nem máquina fotográfica, nem celular. Mas fui assistir a um show, ora!
Será carência, essa necessidade imperativa de comunicação por novas tecnologias? Ou puro exibicionismo? A privacidade perdeu seu valor? A solidão para o autoconhecimento também? O mundo parece que anda em fast-foward, hoje. Aceleradíssimo. O importante, parece, é "postar" - o verbo da moda. Mas e o "pensar", onde fica? Deixo claro que não tenho nada contra os relacionamentos pela internet. Também tenho Orkut, blog e já tive encontros amorosos (que me renderam bons amigos) por meio de sites de paquera. Mas, convenhamos, tudo sempre bem pensado...

2 comentários:

  1. Querida EV
    Como sempre comentário muito pertinente. Tb acho que o "pensar" está dando lugar às "correntes tecnológicas" que, na minha opinião, são verdadeiros "pensamentos grupais". Esta "plugação" 24 hs/dia gera, na realidade, movimentos físicos e mentais irracionais, como os das urbes romanas no Coliseu...como ratos na caixa de sapatos do laboratório. Não sei se exagerei um pouquinho...(rs) BJS

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  2. Não acho que tenha exagerado, não, meu caro Kurt. A "plugação" é um movimento típico das "maiorias silenciosas", que exercem esses "pensamentos grupais", abstraídas e incapazes de pensar criticamente a realidade. Essas "maiorias silenciosas" foram muito bem descritas pelo filósofo francês Jean Baudrillard, há anos, num livro que me marcou muito, chamado "À sombra das maiorias silenciosas". Concordo contigo.

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