domingo, 26 de julho de 2009

olha o ego.

Papo da semana com meu irmão: vaidade. Discutimos sobre as mais variadas facetas do orgulho, da vaidade, da autopromoção. Ele está lendo Jean Baudrillard, um pensador que eu adoro. O livro chama-se "Da Sedução" e tem tudo a ver com esse nosso assunto. Conversamos sobre a sedução (não no sentido sexual) nas relações sociais e sobre como ela cria simulacros que influenciam nossas atitudes.
No trabalho, conversei com meu chefe (e amigo) sobre a capacidade de autopromoção de alguns colegas. Na sua opinião, isso até depõe contra o profissional. Eu concordo. Especialmente na área da saúde, na qual atuamos, o marketing pessoal pode ser forte, mas, se não houver a satisfação do paciente - e a sua contribuição para a qualidade de vida dele - a vaidade torna-se uma caixa vazia, oca.
Na opinião de Dudu, meu brother, desempenhamos papéis sociais bem definidos no trabalho. Em nosso papo, ele tomou o rumo de uma abordagem meio marxista - e eu achei até graça disso - para ilustrar situações em que a sedução do patrão influencia o modo de agir dos operários (ou nós, a classe média que não detem os meios de produção)...Uau...Um papo cabeça, sem dúvida, mas que me fez muito bem. E me fez compreender certos comportamentos de meus companheiros de trabalho.
Também lembramos do que acontece com amigos em comum - e a coisa fica ainda mais crônica entre aqueles que transitam pelo meio artístico. São pessoas que se consideram a nata da cultura, que exibem seus perfis em Facebooks da vida, mas que, em algum momento da vida, acordam do simulacro em que vivem e se desesperam... Triste, não?
Modéstia à parte, meu irmão é inteligente pra caramba (e isso não é autopromoção, não... É fato). A mensagem que ficou do papo foi exatamente essa: muito ego pode acabar com seu talento. Então, todo cuidado é pouco. Em tempo de crises, um pouco de autocrítica não faz mal a ninguém.

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